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A meritocracia como ferramenta na gestão de pessoas

31/08/2011

Quando um país começa a entrar num regime de pleno emprego, o desafio das empresas passa a ser contratar e manter pessoas que agreguem valor ao empreendimento. Por alguns benefícios a mais, trava-se um combate no mercado em busca dos profissionais, que acabam supervalorizados e, assim, correm o risco de perder aquele vetor que garante o constante empenho e busca por qualificação. É o que estamos vivendo no Brasil. Por conta desta realidade, os recursos humanos das empresas estão sendo trabalhados com políticas atrativas e inovadoras no âmbito da remuneração e valorização dos colaboradores. Mas como ter a certeza do correto equilíbrio entre remuneração e empenho de um profissional? A medida exata pode ser alcançada através dos conceitos de meritocracia, através dos quais o colaborador aufere retribuição financeira diferenciada em consonância com seu desempenho e com base nos seus méritos e resultados. O sistema de meritocracia permite valorizar cada colaborador na exata medida dos seus feitos, permitindo àquele que mais produz, que mais se dedica, investe seu tempo e inteligência, perceber valores diferenciados como prêmio e retribuição pelos resultados que gera na empresa. Evidentemente que esta sistemática deve ser praticada sempre pautada e em atenção aos princípios constitucionais e do direito laboral, bem como às normas consolidadas que regem pontualmente as relações de trabalho, as quais, importante referir, mostram-se um pouco afastadas da atual realidade porquanto gestadas no final da primeira metade do século passado (1943). Assim, para que se coloque em prática um sistema de meritocracia eficaz e seguro, mostra-se imprescindível estabelecer políticas claras de metas associadas à remuneração ou ainda de metas associadas às promoções e crescimento dentro da estrutura da organização. Considerando a peculiaridade da prática meritocrática, que incentiva e exige a iniciativa e a pró-ação dos colaboradores na busca de resultados e soluções diferenciadas, sua aplicação está mais afeita aos cargos e atividades que permitem este tipo de atuação, visto que a própria legislação trabalhista dificulta sua aplicação nas atividades meramente operacionais. A prática da meritocracia nas organizações, pautada pelas previsões da legislação laboral, mostra-se mais que uma ferramenta de gestão, sendo em realidade uma alavanca para o crescimento profissional dos colaboradores. As organizações também colhem os frutos deste trabalho ao incentivar um ambiente saudável de competição e igualmente a sociedade. Trata-se, de fato, da única forma de criar riqueza com sustentabilidade. Ricardo Abel Guarnieri / Dupont Spiller Advogados Associados

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