Entre os painelistas que participarão, no dia 2 de junho, do seminário internacional 'Construindo legado - uma empresa para muitas gerações', em Bento Gonçalves, estão os empresários Ottomar Vontobel (E), presidente do Conselho de Administração da CVI (Companhia Vontobel de Investimentos), e Emerson Vontobel (D), atual diretor-presidente da empresa. Os gestores discutirão o assunto 'Preparando a próxima geração'. O evento é uma realização da Sonata Brasil, em parceria com a Dupont Spiller Advogados. Abaixo, em entrevista exclusiva, Ottomar e Emerson  falam sobre os desafios, falhas e principais aspectos da sucessão familiar. No link a seguir, confira o programa completo do seminário e o perfil de todos os participantes: http://goo.gl/lCAUsR Quais os principais aspectos da gestão empresarial para os quais se deve atentar ao passar adiante a liderança de uma empresa dentro do processo de sucessão? Na sucessão, as relações humanas e a governança são a base pela qual pode ser construído um processo de transição positivo. O arranjo societário é fundamental e deve ser construído com o relacionamento do sucedido e do sucessor. A liderança do sucessor só se consolida com o reconhecimento do time de colaboradores da empresa. Por isso, os candidatos devem ter conhecimento do negócio, saber ouvir, saber lidar e liderar pessoas, saber cobrar com habilidades, ser motivador, organizado, disciplinado e corajoso para, como dizem os gaúchos, 'pegar o touro à unha', com postura e vontade de assumir pra valer. Fundamentalmente, qual o principal desafio de uma empresa familiar? O grande desafio de uma empresa familiar é se perpetuar, encontrar o ponto certo do crescimento sustentável. Em todas as culturas do mundo os dizeres 'pai rico, filho nobre, neto pobre!'; 'dalla stalla alla stella alla stalla' são encontrados. Com este alerta, a preparação da sucessão não se limita aos filhos e muito menos aos executivos. Todas as pessoas da família empresária precisam ser capacitadas. Lembrando que, conforme o renomado consultor de liderança familiar John Davis, 'as famílias crescem mais rápido do que os negócios'. As empresas familiares correspondem, hoje, a cerca de 70% da atividade empresarial no país. Contudo, apenas 30% delas passam para o comando da segunda geração, e somente 5%, para a terceira. Qual a grande falha dessas gestões? A falta de capacitação das famílias empresárias desse tipo de gestão, que muitas vezes foca apenas no negócio e nas necessidades de curto prazo e tiram da agenda a preparação da família e da empresa. Conhecer os negócios como possível sócio ou gestor, estimulando e capacitando as próximas gerações a encontrarem espaço de realização e a tomar as decisões que definem um futuro melhor para as empresas e para as famílias é o diferencial das organizações que se mantém de geração em geração.