A concorrência com as fintechs teve impacto significativo na digitalização dos serviços bancários pelas instituições tradicionais, e foi ainda mais acelerada pela pandemia da COVID-19. Atualmente, grande parte das necessidades dos clientes pode ser atendida através do celular, dispensando o comparecimento em agências. O Pix, forma de pagamento lançada pelo Banco Central em 2020, já é uma das modalidades mais utilizadas no Brasil (Acesse as informações em: https://www.bcb.gov.br/estatisticas/spbadendos).
Porém, ao mesmo tempo em que possibilitou maior comodidade e rapidez nas transações, a digitalização foi acompanhada pela ação de criminosos, os quais se valem de diversos meios para aplicar golpes tanto em consumidores como em empresas. Algumas das práticas mais utilizadas envolvem: manipulação das vítimas para que estas forneçam seus dados, efetuem pagamentos ou cliquem em links fraudulentos; ação de vírus que alteram a linha digitável de boletos bancários; e a utilização indevida de dados pessoais vazados.
A recuperação do dinheiro pelas vítimas também não se mostra tarefa fácil, na medida que, em regra, os golpistas utilizam-se de contas bancárias de terceiros para recebimento dos valores. Novamente valendo-se da digitalização de serviços e do uso indevido de dados pessoais, os criminosos procedem com a abertura de contas de forma online, no nome de terceiros de boa-fé que sequer imaginam que seus dados estão sendo utilizados para a prática de crimes.
O roubo e furto de celulares também vem sendo alvo de quadrilhas especializadas, cujo principal objetivo já não é mais o aparelho em si, mas sim o acesso aos dados e aos aplicativos que a vítima possui no celular. Em poucos minutos, os criminosos acessam os apps de instituições financeiras e efetuam diversas transações, antes mesmo que a vítima consiga informar seu banco acerca do ocorrido. Aparelhos celulares desbloqueados, utilização de senhas fracas e mecanismos muito simplificados para a troca de senhas contribuem para este tipo de crime.
Porém, em que pese a preocupação das instituições bancárias, grande parte dos golpes envolvem, em certa medida, a participação da vítima. Os dados demonstram que este tipo de crime está em expansão, e são aperfeiçoados de forma constante pelos criminosos. Atualmente, uma das formas mais eficazes de prevenção continua sendo o cuidado do próprio consumidor em relação aos seus dados, e a atenção redobrada no momento de efetuar transações financeiras.
Adotar os cuidados necessários passa pela obtenção de informações de fontes confiáveis – e, caso venha a ser vítima de crimes deste tipo, adotar medidas de forma ágil e acertada pode minimizar o prejuízo.
Jéssica Postingher,