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STJ Inova e Redefine Direito de Habitação: Decisão Impacta Herdeiros e Cônjuges

31/10/2024

A recente decisão da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao negar o direito real de habitação à viúva de um procurador federal, inaugura uma nova interpretação no campo do Direito de Família e Sucessões. Fundamentada nas condições econômicas da viúva, a decisão representa um avanço na aplicação do Código Civil, que assegura ao cônjuge sobrevivente o uso do imóvel familiar.

No caso analisado, os filhos do falecido alegaram que a viúva recebia uma pensão considerável e possuía mais de R$ 400 mil em sua conta bancária. Em contraste, os herdeiros afirmaram não possuir imóveis próprios, precisando alugar residências.

A ministra relatora, Nancy Andrighi, ponderou que a finalidade social do direito real de habitação deve prevalecer sobre uma aplicação rígida da norma. A decisão do STJ ilustra uma mudança significativa na interpretação das normas de Família e Sucessões, levando em conta que cada família possui uma dinâmica própria e que a aplicação rígida da lei pode resultar em injustiças.

A relativização do direito real de habitação pode, no entanto, suscitar controvérsias. Críticos argumentam que a flexibilização compromete a estabilidade e previsibilidade jurídica, criando incertezas sobre a aplicação desse direito. Ainda assim, a ministra Nancy Andrighi destacou que a mitigação do direito real de habitação será admitida apenas em hipóteses específicas e excepcionais.

Diante desse cenário, uma alternativa jurídica relevante é a elaboração de testamento. O testador pode, por exemplo, garantir à viúva o direito de morar no imóvel por meio de uma cláusula de habitação vitalícia ou conceder usufruto. Esses mecanismos asseguram que os desejos do falecido sejam cumpridos e minimizam disputas judiciais.

Embora a flexibilização desse direito possa gerar debates, entendo que essa interpretação mais flexível do STJ não apenas moderniza o Direito de Família e Sucessões, mas também fortalece a confiança de que o Judiciário é capaz de encontrar respostas sensíveis às complexidades das relações familiares.
  Keila Reichert,

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