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E aí, sua startup está preparada para receber o primeiro investimento?

12/06/2019

Você iniciou a peleia empreendedora utilizando “bootstrapping”, ou seja, começou o negócio com recursos próprios, sem o apoio de investidores ou aceleradoras. Até então foi usado apenas o que se tem no “caixa” dos founders, ou até mesmo você foi um aventureiro “single-founder”. Ocorre que o negócio começou a dar certo, o early stage vai ficando para poeira e a startupestá praticamente entrando num mundo growth.

Nesse momento da existência no mercado e no planeta Terra ocorrem dois “cliques”: você percebe que precisa de investimento para decolar de forma mais exponencial e escalável e o “mercado” de investidores e aceleradoras descobre que você e a sua startup existem e estão resolvendo uma dor realmente profunda de algum setor ou nicho de pessoas.

Bueno, o fato é que a sua startup receberá aporte de grana, e agora?! Independente do tipo de investimento, seja de um aventureiro propondo mútuo conversível, seja anjo tradicional, equity crowdfunding, aceleradora e etc., o fato é que até então você e os demais co-founders possuem uma ideia boa e 100% do controle da startup.

Sendo assim, uma vez que nenhuma parte do equity e do controle esteja já em mãos alheias (não que isto seja ruim), você tem na mão e deve sim usar bem as regras do jogo. Não sendo algum tipo de investimento público (Finep, entre outros), que os contratos já vêm basicamente engessados, nãopara aceitar qualquer condição imposta.

Mesmo parecendo “radical” alguns jovens preocupados com as minúcias contratuais nesse primeiro momento - e gera euforia -, é importante tentar manter o máximo do controle da negociação, pois é você e os  demais co-founders que amam esse negócio e somente vocês podem estipular as regras e o percentual de equity que irão entregar em troca do primeiro investimento.

O pessoal não comenta muito acerca dos contratos “em si” de investimento, mas o ideal seria até criar uma forma mais “padronizada” e publicizá-la para esse primeiro investimento em startups, porque assim fortalece todo o ecossistema.

Para startups em early stages, é fundamental mostrar ao investidor a uniformidade de processos internos para novos entrantes (mesmo que ele seja o primeiro!), delimitando o percentual que está disposto a entregar por essa participação. Isso irá garantir a tranquilidade do investidor ao saber que novos entrantes não terão condições mais favoráveis pela mesma participação de equity.

Aos olhos dos investidores, startups que possuem seus próprios processos e contratos, demonstram maturidade em sua gestão e formalidade do seu negócio, o qual pode ser o ingrediente principal para uma relação duradoura com esses investidores.

Dito isso, você e a sua startup já estão mais preparados para encarar o mercado dos primeiros investimentos de igual pra igual, na medida do razoável? Porque quem ama o negócio que criou deve ter tesão e atenção estratégica por cada ponto contratual.

Ruan Libardoni Advogado ruan.libardoni@dupontspiller.com.br Gabriel Fontanive Dupont Advogado gabriel@dupontspiller.com.br

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