Professor da Fundação Dom Cabral, o mestre em Administração
Paulo Roberto Villamarim Gama apresentou as tendências que vão orientar o trabalho do setor de recursos humanos nas empresas nos próximos anos para quase uma centena de convidados na noite nesta terça-feira, 5, em Bento Gonçalves. O encontro foi promovido pela Dupont Spiller Advogados, em parceria com a ADRH-BG, CEDEM e Fundação Dom Cabral e ocorreu no auditório do escritório.
“Se você está confuso, você é normal”. Gama defendeu ser praticamente impossível acompanhar a velocidade com que as mudanças ocorrem na atualidade. “Tudo está on-line e sem uma liderança formal”, destacou. Para os gestores, o desafio é saber ler os sinais da mudança, pró-agir e saber navegar. “Para ser bom, o gestor precisa aliar a escola da vida com alguns domínios”, explicou. Entre esses domínios, estão competência técnica, saber comunicar/negociar e, o mais importante, saber se relacionar.
Papel dos gestores na atualidade. Uma das principais funções que os gestores precisam realizar na atualidade, segundo Gama, é saber formar substitutos. “A pessoa perde uma oportunidade de ascensão na empresa porque não tem quem fique no seu lugar”, disse. O professor destacou também que as novas gerações que entram nas empresas merecem outro tipo de gerenciamento e que um desligamento feito de maneira digna e respeitosa minimiza as chances de se abrir uma causa trabalhista. “É preciso tratar os outros como gostaria de ser tratado, ter respeito e dignidade pelo outro”, destacou.
A tendência é a migração. Gama antecipou também que, cada vez mais, as pessoas vão migrar mais de empresas. Segundo o professor, com base em uma pesquisa norte-americana realizada há três anos, um jovem recém-ingressado no mercado vai mudar de empresa de dez a onze vezes em sua carreira e vai trocar de profissão até três vezes. “A profissão em que mais ocorrem migrações é a engenharia. Como sua formação é muito boa, ele se torna apto para trabalhar em diversas outras funções”, disse.
Aumentar o variável, reduzir o fixo. Um dos últimos temas apresentados por Gama foi a retenção de pessoas. Para ele, um profissional fica na empresa quando tem percepção do valor e do significado do seu trabalho – e é papel do gestor criar essa consciência – e quando existe qualidade no ambiente e nas relações internas. “De fato, as novas gerações prezam muito pela qualidade de vida”, destacou. Gama também enfatizou que uma boa política de benefícios ajuda a reter pessoas (muitas vezes é a família do profissional que não o deixa sair), que é necessário aumentar o ganho variável e reduzir o fixo (ainda mais porque no variável existem menores taxas) e que o profissional precisa enxergar onde pode chegar na empresa. “Quem sabe dos problemas das empresas são os gestores. E são neles que as soluções podem ser encontradas”, destacou. [caption id="attachment_19248" align="aligncenter" width="600"]
Gestores de RH de diversas empresas de Bento Gonçalves e região participaram do encontro.[/caption]