Há alguns anos, o mercado do vinho vem sofrendo mudanças de hábitos e ganhando maior espaço na mesa dos brasileiros, tanto pela curiosidade e qualificação dos consumidores, quanto pela utilização de novas tecnologias pela indústria vinícola. Essas tecnologia vem sendo uma grande aliada na ascensão da popularidade do vinho para trazer novos entusiastas, que passaram a utilizar aplicativos como o Vivino para auxílio na compra do vinho ideal e/ou começaram a desfrutar da facilidade dos clube de assinatura para receber uma curadoria de vinhos em casa. Independente do fator, a verdade é: a indústria vitivinícola passa por uma reinvenção pautada na tecnologia.
Você já pensou em adquirir uma garrafa de vinho e, ao sair da loja, receber um guia interativo de toda a história da vinícola fabricante? Ou mais: uma ficha completa de cada etapa da elaboração do vinho, com informações detalhadas desde o cultivo até o engarrafamento, além de saber todas as etapas que aquela garrafa passou até chegar a sua mesa? Através da tecnologia blockchain, um código inserido no contra rótulo do vinho, o consumidor pode acessar – com a simples leitura do celular – toda a informação detalhada do processo de vinificação, conhecer os produtos utilizados ou o caminho que o lote fez, como é o caso da solução criada pela empresa italiana EY Wine. Você pode saber mais no link: https://www.youtube.com/watch?v=d3QGvjPYFAw. Além disso, muito dos problemas existentes na cadeia do vinho estão sendo resolvidos com o uso da mesma tecnologia, como os casos de falsificação ocorridos com um dos grandes vinhos franceses, o Château Lafite-Rothschild. Agora, o consumidor pode verificar se a garrafa e lote são de fato verdadeiros para ter segurança de que não levará gato por lebre. Outra questão que tem chamado a atenção é a popularidade dos pagamentos digitais, uma forma de facilitar o processo de compra para aproximação entre consumidores e vinícolas. A Máximo Boschi, localizada na Serra Gaúcha, foi a primeira vinícola brasileira a trabalhar com pagamentos de criptomoedas, aceitando bitcoins na transação comercial.
Mas não pense que tecnologia no segmento vinícola é apenas para os meios digitais. A Indústria 4.0 também vem ganhando espaço para avanços na produção e melhorias na qualidade da uva e oferecendo rapidez na logística para toda cadeia do vinho. Para a redução de defensivos químicos, com a utilização do TPC - Thermal Pest Control, as vinícolas utilizam um fluxo de ar quente para proteção das videiras diminuindo a utilização de até 75% dos agrotóxicos da flor à fruta, ou seja, mais tecnologia e menos venenos em nossos vinhos. Hoje o grande desafio é popularizar o consumo do vinho para conseguir aumentar a média de litros anual dos brasileiros que é de aproximadamente duas garrafas por pessoa, ainda muito longe do campeão de consumo, Portugal, com suas 58 garrafas anuais. Se queremos aumentar o consumo e popularizar o contato com o vinho, temos que estar abertos a novos entrantes tecnológicos que possam aproximar a indústria com novos apreciadores para toda a cadeia do vinho, e que possam auxiliar na desmistificação dessa bebida milenar. E para democratizar esse consumo, lembre-se: para o vinho, use a tecnologia sem moderação.